quarta-feira, 28 de julho de 2010

Day 3 — Your parents

Hoje, diferente da proposta do terceiro dia, escreverei apenas à minha mãe. À meu pai escreverei em outra ocasião!

Com certeza ela jamais lerá isso que escreverei, apesar de ser, ao contrário da maioria das mães que conheço, super antenada interneticamente falando.

Talvez essa seja a carta mais difícil de escrever, por ser tão difícil falar da pessoa mais importante da minha vida. Eu acho que todas as palavras do mundo seriam poucas, porque afinal de contas, como falar da pessoa que faz TUDO e impossível por mim? Como reconhecer tamanho esforço? Palavras não são suficientes.

A gente briga, a gente discorda, a gente não é nem um pouco carinhosa, e eu acho que a gente nunca falou EU TE AMO uma pra outra. Mas eu sou da filosofia de que não falar, não implica não sentir. Porque o amor que eu sinto por ela é o amor maior do mundo, ainda que não hajam maiores demonstrações. O fato é que sem ela eu não sou nada, e não consigo sequer imaginar a vida sem o maior pedaço de mim. Minha mãe. A melhor mãe do mundo, e não adianta dizer que a sua é a melhor, porque a minha já assumiu esse posto á tempos.

Então essa carta deveria ser de agradecimento. Pelo quê? Por ter me concedido a vida e por ter escolhido me ter, e me amado, e me aguentado ao longo desses 20 exaustivos anos!
Se eu tivesse que dizer apenas uma palavra, seria: obrigada. Os motivos, você sabe. você sabe o que foi, o que é, e sempre será, e sempre representará pra mim, eu sei disso. E além disso, uma frase: “eu te amo, e estarei sempre aqui.” Eu tentei, mas sentimentos como esse não se descrevem. A gente conta uma parte, outra é subentendida, e a outra, a gente esconde.

Basicamente é isso.
Ao meu amor maior do mundo. Minha mãe. A melhor!

Camila

terça-feira, 27 de julho de 2010

Day 2 — Your Crush

A carta de hoje é dedicada a my crush. Tão recente... Pouco mais de 100 dias. Eu poderia dizer, recente até demais. Mas considerando a intensidade do sentimento, o tempo é a última coisa que importa aqui.

"Eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor, e quanto levou foi pr'eu merecer, antes um mês e eu já não sei..."

A impressão que eu tinha era que naquele tempo nada mais fazia sentido, meus dias passavam em branco um após o outro. Não havia emoção, nenhuma sensação de borboletas no estômago, nenhum motivo aparente pra comemorar, exceto o fato de estar viva e eu acredecer todos os dias por isso.

Até que ele apareceu. Correu atrás, cortejou, fez visitas inesperadas, fez tudo pra me conquistar e eu que há tempos não me sentia especial, parecia voltar a viver. Sim, porque de certo modo ele me devolveu a alegria de viver, a vontade de fazer planos, de sorrir e de encarar a vida com leveza.

Foi assim. Tem sido assim, e o que começa bem, tende a ser bom o resto da vida. Há quem não acredite no amor, há quem não acredite em sentimentos verdadeiros e recíprocos. Eu acredito. Eu sinto. Eu amo.

Com amor, ao melhor namorado que jamais sonhei encontrar.
Helder, eu te amo.

Camila.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Day 1 — Your Best Friend

Talvez essa coisa de meu melhor amigo tenha ficado lá no passado, nos tempos de escola, eu diria. Parece que com o passar do tempo, quando a gente amadurece, e quando novas pessoas cruzam nosso caminho, esse 'título' deixa de ser tão relevante. Eu tenho amigos, poucos, pouquíssimos eu diria, mas bons. Os melhores que eu poderia ter.
No entanto, hoje escolho escrever pr'aquela que seja talvez a mais antiga.
O ano era 2001, nos vimos a primeira vez em meados de Janeiro. Era início das aulas. Ambas assustadas, e talvez tímidas com aquele mundo novo e desconhecido, foi antipatia a primeira vista. Me lembro como se fosse hoje. Ela não lembra, e certamente se um dia chegar a ler isso, dará boas risadas, porque ela me batia, e por mais que eu lembre e puxe pela memória dela todos os maus tratos para com a minha pessoa, ela diz que não lembra.
Os anos se passaram, e daquela antipatia a primeira vista nasceu uma boa e velha amizade que carrego até hoje. Aliás, carregarei pro resto da vida.
Porque ela esteve comigo nos bons momentos da minha vida. E nos ruins também. Talvez tenha sido meu maior apoio. Ela é daquelas que fica feliz por eu estar feliz. É daquelas que mesmo tendo 1001 amigos, lembra sempre da velha amiga aqui, e tá presente na medida do possível. Portanto a carta dedicada a my best friend hoje é pra ela, que tem cumprido tão bem esse papel ao longo desses quase dez anos. Assemelho esse amor, a um amor de irmão. Aquele que nunca tive.

Com carinho,
Camila.


30 Days Letter Project

Passado quase um ano desde a última postagem aqui, eis que nos últimos dias me deparei com uma proposta que tá rolando por aqui chamada 30 Days Letter Project. E o que é isso? Bem, a proposta é escrever 30 cartas, cujos destinatários estão definidos em uma lista. A intenção não é mandar a carta, nem citar nomes, nem mostrar pros conhecidos reais, apenas escrever.
A ideia é boa, mas será que vinga?

sábado, 22 de agosto de 2009

Não sei o que dizer sobre mim. Sou autoritária, sou teimosa também. Sou racional, sou batalhadora... Acho que eu sou promíscua. Sou tantas mulheres em uma só, alguns homens também.
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E agora? Separados quem somos? Somos um programa de televisão que saiu do ar e como ninguém desliga o aparelho de TV, fica aquele chiado incomodando no escuro. Somos a lembrança de um beijo que não foi dado. Se você não queria ser infeliz comigo, saberá ser infeliz sozinha?
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Tenho medo de deixar a vida passar todinha e nunca falar. Falar o fundamental, porque o fundamental a gente nunca fala.
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A vida é falta de definição. É transitória mesmo.
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Eu nunca vou tá pronta. Tudo que eu preciso é viver bem com meu desalinho, com minhas incostâncias, e com as surpresas que a vida traz.
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Se eu tive problema um dia, não foi por falta de felicidade, não foi.

Trechos do filme Divã

terça-feira, 18 de agosto de 2009

'Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem. Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser logo oferecido à mulher como uma rosa. Senão, no instante seguinte ele se fecha em repolho, e dentro dele todo o mal fermenta. O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa da sua feiura.'

Chico Buarque de Hollanda, em Leite Derramado. p61,62.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

'Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia. E beijos, muitos. Bem molhados. Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto.'